1 de outubro de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#5

"De scooter pelas ilhas... A felicidade de conseguir curvar... 


 (...continuação, se perdeste a primeira parte podes ler AQUI

 Trinta e sete dias depois, estava eu numa ilha nova, Ko lanta - Tailândia. A ilha era relativamente grande, pela primeira vez passou-me pela cabeça alugar uma scooter. Mas estava tão concentrada a penar pela partida da minha companheira de viagem durante os primeiros 35 dias, a minha adorada irmã. A ressecar a sua brilhante companhia que, depressa me esqueci que essa era uma possibilidade.

 Foi preciso passar mais uma semana, passar por Krabi, Ao-nang, Hat Yai, conhecer gente nova e devagarinho lembrar-me que aquela era a minha aventura, que a minha irmã estava à distância de um telefonema, para voltar a lembrar-me de conduzir uma scooter. A insistência do Peter, que tudo era mais divertido e fácil de visitar na Malásia com uma scooter também ajudou. Langkawi o palco da primeira aventura motorizada! 

Devo referir aqui que com a carta de condução de ligeiro categoria B, em Portugal podemos conduzir motociclos até 125cc. Assim, destemida procurei uma scooter não superior a 125cc e automática. Sabia conduzir das outras, mas tinha que aprender a equilibrar-me não podia estar a pensar em meter mudanças! Nunca na vida tinha-me sentado ao volante de uma scooter. Apesar de mais leve e mais baixa que um "avião" continuo a não ter mais de 1,55m e por isso tenho que me sentar na beirinha do banco para poder por os pés de fora, pousa-los no chão e assim equilibrar a mota. Depois de ter mentido à descarada á senhora da loja e ter dito que saiba conduzir mota. Pronto, também não era propriamente mentira!! 




 Era algo, sem nome, no meio da mentira e da verdade!! Comecei logo com a primeira vergonha. Não sabia por a mota a trabalhar. Na mota da escola bastava carregar no travão e no botão de start que ela iniciava. Mas aqui, não! Lá chamei o funcionário e a custo, de sorriso nos lábios, descobri que tinha que levantar o descanso. Sempre que o descanso estava para baixo a scooter não funcionava. A verdade é que não é o mesmo para todas as scooters, e à medida que eu fui somando experiência, pôr uma mota a trabalhar deixou de ser uma aventura. Numas motas é preciso levantar o descanso, outras não. Umas é preciso carregar só no start. Outras é preciso travar e carregar no start, e existe ainda umas que é preciso, travar, carregar no start e ainda acelerar... Mas que posso eu dizer.

 Era invadida pela felicidade sempre que fazia mais uma descoberta sobre as motas, sempre que conquistava mais uma vitória! Sempre que não caia. A sensação de realização pessoal é uma das que nos deixa mais próximas da felicidade. Se juntarmos a essa sensação, ultrapassar medos e estar do outro lado do mundo a viver o sonho de uma vida. Então, a felicidade está sempre ali, á distância do mais pequenos sorriso, pela mais pequena das conquistas. E a verdade é, que nenhum sorriso é pequeno quando se está dentro de um sonho... Por isso a felicidade é sempre intensamente sentida em qualquer detalhe. 

 Em Langkawi, no primeiro dia de mota sozinha, cada curva conquistada valia um sorriso. Cada paragem sem cair, e cada arranque, cada "conseguir sair do sítio", valiam sorrisos de felicidade. Cada praia distante descoberta porque tivemos a coragem de experimentar uma scooter valia um sorrisão!! Viajar é conhecer lugares e pessoas. Langkawi não foi diferente... No dia seguinte a Sharon das Seychelles também queria visitar a ilha.

 A corajosa Sharon, que não sabia conduzir nem carro nem mota, propôs irmos as duas. Ela quis ser a minha pendura!!! O QUE???? Tá loucaaaa!! Não tive como dizer não. Lá formos nós as duas, numa scooter nova, diferente da do dia anterior, era maior, logo mais assustadora... Em cada curva a Sharon passava o tempo todo a dizer q eu ia conseguir e cada vez que tínhamos que fazer inversão de marcha a Sharon com toda a sua paciência, espírito positivo e aventureiro saia da mota e deixava-me fazer a inversão de marcha à mão... Ou seja a empurrar a mota. Era hilariante ver a cara das pessoas que passavam e que cresceram a andar de moto. Foi, definitivamente, um dia delicioso. Graças à coragem das duas vimos cascatas sem água, macacos assustadores, praias maravilhosas, hotéis de cinco estrelas, casamentos e nadamos na praia mais linda de Langkawi. Não cabia em mim de tanta felicidade com cada nova descoberta... Com cada nova conquista... Conduzir a mais de 20!! Yuipiii!!! Conduzir a 40!!! Altamente!!! Fazer kms numa estrada em "S's"!!! Fantástico! E assim começaram as minhas felizes aventuras de scooter... Fiz a Malásia toda e não voltei a alugar uma scooter, não precisei. Fiz Singapura e definitivamente não aluguei uma scooter. Entrei na indonésia, cheguei a Samosir - lago Toba, a maior ilha dentro de uma ilha, que está no maior lago de cratera vulcânica e 47 dias depois, voltei a alugar uma scooter. 

Se a felicidade está sempre á porta da conquista pessoal, está á janela de sobreviver a um susto. Em Samosir, andei a pé tudo o que era possível durante três dias. Os locais já me conheciam e brincavam com a situação, "just walking". Mas a ilha tinha mais para ver, por isso lá me decidi a alugar uma scooter. Pela segunda vez menti à descarada e disse ao senhor do hotel que tinha experiência. Na verdade tinha!! Três dias a andar de scooter em Langkawi e umas aulas no "avião". Toda a experiência do mundo não me teriam preparado para o que encontrei em Somosir - Indonésia. Estradas de terra batida... Estradas de alcatrão, sem alcatrão... Ou com o alcatrão tão despedaçado que parecia uma estrada de pedrinhas. 

A scooter, com as suas rodas estreitas, saltava em cada buraco, deslizava em cada pedra, tremia mais que um tremor de terra quando na estrada não existia mais nada a não ser buracos... Foi difícil, tortuoso... Mas incrivelmente divertido. Todos olhavam, diziam "Olá" e assim consegui ver a ilha no seu funcionamento local. Uma experiência fantástica. Até que começou a chover. Regra geral, com o calor... Adoro a chuva! Mas em Samosir... Com a velocidade da mota (como se eu andasse muito rápido lol)... As curvas a altitude... Na realidade estava era com frio!!! Não gosto de frio. Não estava feliz. Só queria devolver a mota... Mas estava no meio do nada, rodeada por campos por todo o lado e praticamente perdida. Não fazia ideia qual era a melhor e mais rápida forma de voltar para o hotel. A chuva, cada vez mais forte impedia-me de ver e o trepidar das estradas cheias de buracos passou a ser "socorro a mota não para de abanar... Não sei por onde vou... Vou cair" ...Mas a aventura tinha que continuar, mesmo com frio e medo... Para trás não é caminho!

Mais detalhes de Felicidade aqui  do lado esquerdo em  MALAS FEITAS

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