6 de fevereiro de 2014

MARILYN MONROE E CHANEL Nº 5


Em 1960, George Belmont, editor da revista francesa Marie Claire, perguntou a Marilyn Monroe o que ela usava quando se deitava:
                “-O que usa na cama? Uma parte de cima de pijama? Uma camisa de dormir?”
                O que a actriz respondeu, ainda hoje figura no imaginário colectivo:
                “- Chanel Nº 5!”

                Durante o ano passado, uma das casas de perfumes mais conhecidas do mundo, fundada nos anos 20 do século passado por Coco Chanel, lançou mesmo uma campanha em que procurava provar aos consumidores, através de uma reprodução da entrevista acima referida, a veracidade das palavras da mulher que “emprestou”, as formas do seu corpo às garrafas de Coca-cola, durante décadas.

Esta tinha, como móbil, demonstrar que a pele com que um perfume nos veste é um poderoso afrodisíaco junto do imaginário colectivo. Para isso baseou-se no facto de que a actriz não queria insinuar que dormia despida, antes que não conseguia adormecer sem a familiaridade daquele odor.

Norma Jean Mortenson nasceu em Los Angeles a 1 de Junho de 1926. Teve uma infância conturbada, sendo criada em várias instituições de acolhimento e lares adoptivos. Profissionalmente começou a sua carreira como modelo, facto que a levou a assinar um contrato como figurante da 20th Century Fox em 1946.

Ao ser a primeira mulher a posar nua para a Playboy, rapidamente conseguiu o seu primeiro papel principal, em 1952, no filme Don’t Bother to Knock. A mistura da imagem estonteante com a leveza e descontracção do seu carácter, projectaram-na para o estrelato. Fundou a sua própria companhia cinematográfica. Foi nomeada para os BAFTA e recebeu um Globo de Ouro.

Marilyn Monroe tornou-se um ícone sexual. Nos dias de hoje figura na lista das 10 mulheres mais bonitas de todos os tempos e, à data, as formas do seu corpo eram as referências da beleza de toda uma geração.

Ao longo da sua vida casou três vezes. Ainda adolescente, foi desposada pelo seu vizinho James Dougherty. Divorciou-se antes de alcançar o estrelato. Após a meteórica ascensão esteve casada com o famoso jogador de basebol Joe DiMaggio. Divorciou-se por alegadas repressões psicológicas e ciúmes doentios por parte do jogador. Nos meses em que esteve casada com este, a perseguição por parte da imprensa cor-de-rosa e a depressão que desenvolveu, tornaram-na dependente de barbitúricos, os medicamentos a que se atribui a sua morte.

Por fim, teve uma relação mais recatada com o escritor Arthur Miller. Os próximos afirmam que, apesar das diferenças dos mundos em que os dois viviam, o intelectual e o mediático, a grande paixão da vida da actriz foi o dramaturgo. Por ele converteu-se ao Judaísmo, colocando em risco a própria carreira, uma vez que este estava constantemente presente nas listas das agências de investigação pelas suas ligações ao ideal comunista. A descoberta de um diário pessoal onde Miller denunciava casos extraconjugais e a interrupção da gravidez de Marilyn levaram a que também este casamento terminasse em divórcio, ao fim de cinco anos.

Nesta altura da sua vida enfrentou novamente um ciclo depressivo e tornou-se cada vez mais dependente de medicamentos. A sua posição de namorada da América pressionava-a a envolver-se com grupos de crime organizado. A Máfia começou a ser a grande patrocinadora da sua carreira. Incapaz de desenvolver afeições sinceras, desenvolveu um romance mediático com o então Presidente John F. Kennedy e mais tarde, com o seu irmão, Robert.

No dia de aniversário de John, em 1962, colocou todo um país à espera de que subisse a palco para lhe cantar os “Parabéns!”. O apresentador referiu-se a ela como:
“-The late Marilyn Monroe…”

O termo late tem o duplo sentido de atrasada ou defunta. Na verdade, meses mais tarde, acabaria por ser descoberta morta, na sua cama, com uma overdose de comprimidos. Seguiu-se, no início do ano de 1963, o assassinato do Presidente, facto que levou a alegações de que a sua morte não teria sido acidental.

A musa de Elton John, que lhe dedicou o tema “Candle in the Wind”, era uma apaixonada pelos perfumes. Deu uma alma e um corpo ao princípio de que a fragrância é a mais perpétua das memórias e demonstrou que é ela que distingue as mulheres umas das outras.

Agora que se aproxima o “Dia de S. Valentim” os perfumes acabam por ser, talvez, a prenda mais íntima que os namorados podem trocar entre si… (E aquela que revela uma maior conhecimento mútuo.)


Espero que todos os que têm junto de si aquele que amam consigam ter um dia feliz e renovar os votos que vos unem.
                                                            
                                                 
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